Sobras do processo de Abutres – parte 16 De uma HQ finalizada a um projeto viável – assim começou a “nascer” Abutres
































Desde que comecei a postar os conteúdos sobre o processo de criação de Abutres no Fim do Mundo tenho revisitado algumas coisas que, quando estava montando o projeto, finalizando, passaram batido e que, hoje, avaliando em retrospecto, foram coisas muito importantes, que serviram para o meu crescimento e podem, também, valer como referência no processo de muitos outros (e se for isso, show demais!).

Pois bem: iniciei falando, aqui e nas postagens na página de Abutres no facebook, sobre como surgiu fazer a HQ Abutres no Fim do Mundo propriamente dita, as referências, curiosidades, roteiro, depois mostrei as páginas, a arte em seqüência (vale frisar: se quiser ler agora mesmo a HQ, está on line, BASTA CLICAR AQUI). Enfim, falei sobre toda a “parte boa” da coisa, se assim posso chamar...

Bom, quem faz histórias em quadrinhos, ou escreve, ilustra, sempre vai achar, acima de tudo, divertido fazer qualquer coisa relacionada ao universo das histórias em quadrinhos, eu penso, e comigo não é diferente. Quando decidi fazer minha 2ª HQ, tudo eram idéias, referências, e trabalho, claro – mas é um trabalho que dá tanto gosto de fazer que fica até difícil você chamar de “trabalho”. E meio clichê, mas também é bem verdade. E acaba que, quando você vê, está feito, e feito pura e simplesmente pelo simples fato de que é bom você fazer arte, e que você ama fazer aquilo de um jeito que é até complicado explicar. Você faz, está feito, e isso é realizador, acredite.


No entanto, um “projeto na gaveta” é sempre um projeto na gaveta, e se você acredita que sua arte é merecedora de ser “iluminada pelas luzes lá de fora”, sempre chega a hora de sair do seu “trabalho divertido” e entrar de cabeça no “trabalho árduo”...hehehe...

As máquinas e a automatização ajudam demais hoje, em todos os aspectos, para produzir arte como as histórias em quadrinhos, ou ilustração. Além de ser uma mão na roda na pós produção, você tem um universo quase imensurável para divulgação da sua história na internet, e foi exatamente nesse ponto que me vi colocado com Abutres No Fim do Mundo pronta: para onde ir? Formato físico ou digital?


Não demorei muito para decidir, pois tinha na cabeça que queria que minha 2ª HQ (a primeira foi Diz Que Duvida!, formato físico) fosse colocada na plataforma digital e disponível sem custos para quem quisesse ler. Com essa decisão tomada, comecei a estudar a fundo todos os formatos que poderia explorar e qual seria o melhor formato final disso tudo. E é nessa hora que a gente descobre que só gostar de desenhar, escrever e contar histórias não é de fato o suficiente quando o assunto é formatar a revista (física ou digital), formatar um projeto que viabilize tudo isso através de um plano e colocar isso tudo para rodar...

Guardadas as devidas proporções, é como no tempo dos fanzines (quem fez quadrinhos e divulgou via fanzine nos anos 90, por exemplo, sabe como funciona isso). E eu comecei exatamente nessa época, adolescente, montando HQs no formato A5, “xerocando” e criando as próprias revistas “na mão grande”. Era uma função muito legal, e que acaba dando uma noção de “produtificação” da coisa que você tem que ter, mesmo. Fazer a revista, formatar para a distribuição, em resumo.
Focado nessa maior facilidade de acesso e interação que temos hoje, formatei então um projeto para levar Abutres para a plataforma digital. Mas não pense em algo complexo: se tratava de algo extremamente simples, que se resumia em fazer eu mesmo o que fosse possível e chamar para me ajudar os parceiros certos para, da melhor maneira possível, fazer a arte acontecer, chegando às mãos (telas) de todos que por ela de alguma forma estivessem interessados.

Assim começou o projeto de Abutres para a plataforma digital: antes de tudo uma decisão técnica, pensada, e tomada para atingir o objetivo estabelecido. Um plano, em resumo. Eles são essenciais na hora de realizar qualquer atividade, inclusive uma história em quadrinhos.

Na sequência, falarei um pouco mais aqui e na página do facebook sobre como foi transpor a HQ para a web.
Um grande abraço a todos, e espero que estejam curtindo!

MRampi – 18 de março de 2014

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