Projeto Caricaturas Odesign 2011_primeira parte
A lembrança mais antiga que sempre tive sobre caricaturas, sobre fazer caricaturas, eram os velhos pedidos dos colegas de escola. “Faz uma caricatura minha”, “me desenha”, eu lembro, eram os pedidos. Quando você se diz desenhista, e demonstra certa habilidade nisso neste período da escola, é natural que a fuga mais comum entre os que observam o que você faz e você sejam as caricaturas. As pessoas querem ser reproduzidas – via de regra porque querem ser vistas, na verdade – e se você desenha alguma coisa, no colégio, quem diabos vai querer um desenho do Homem-Aranha ou do Superman quando pode ter sua própria versão exclusiva de si mesmo?
Essa lembrança me acompanhou durante toda a vida, e não pelas muitas caricaturas que fiz desde os tempos de colégio, mas por causa da desculpa que eu sempre dava para não fazer as caricaturas: eu sempre dizia que fazer uma caricatura era difícil, que a pessoa tinha que ficar parecida e coisa e tal, e assim se foi até o fim dos tempos! Jamais pensei sobre mudar a minha desculpa; ela era o bastante, e eu podia seguir fazendo os meus desenhos.
No entanto, o que eu não entendia naquela época era que o que eu tinha era, na verdade, um entendimento bastante equivocado sobre as caricaturas. Eu devo ter visto demais nas praças, quando criança, aqueles profissionais que pegam fotos 3 por 4 e transformam em imagens gigantescas, reproduções detalhadas ao extremo em grafite, e deve ter tido um tempo em minha vida em que eu pensei que fazer uma caricatura era aquilo, e eu achava que eu não tinha a mínima capacidade de ser daquele jeito, de executar com aquela precisão.
Mesmo tendo, anos mais tarde, desenvolvido técnicas com o lápis, e de ter me aprofundado no desenho mais acadêmico, acabou que eu não me motivava a quebrar aquela barreira mítica do “caricatura é uma reprodução quase perfeita, desista!”. No fundo, eu sabia que não, e fazia diversas caricaturas dos meus amigos na adolescência, por arriada, dávamos umas boas risadas, e fim. E assim o mundo foi girando, até chegarmos aqui...
Estive envolvido, desde o mês de outubro, com o Projeto Caricaturas Odesign 2011. A idéia era simples: fazer caricaturas da equipe da agência, na ausência das fotos. Conseguimos criar um projeto que foi além disso, criamos uma competição entre as oito caricaturas com o intuito de eleger a melhor e, através dela, ajudar uma instituição carente. Uma idéia show de bola, que você pode conferir melhor clicando aqui.
Mas a pergunta que fica aqui, depois de tudo que eu disse, é: “Poxa, mas você passou a vida toda sem fazer caricaturas, então, e só foi fazer agora?”. Aí é que está...a resposta é não. Eu fiz caricaturas antes, sem compromisso, e sempre me negando a fazer uma “caricatura oficial”, assim digamos – principalmente nos tempos do colégio. Só que nesse projeto da Odesign, acabou que tive que “encarar” esse desafio, sem esquecer (claro) de deixar de lado minha velha idéia de que uma caricatura exigia um grau de detalhamento monstruoso.
Na realidade, a caricatura, como uma representação gráfica de uma figura real, exige que se tenha a essência do ser caricaturado. E, claro, o elemento do humor, que faz com que a caricatura seja, de fato, uma caricatura, uma representação realmente grotesca, exagerada. Nas ilustrações para o projeto da Odesign, creio que tenha conseguido captar bem isso de cada uma das minhas “vítimas”...hehehe...
As duas imagens que ilustram este post são as duas primeiras caricaturas que fiz. A imagem lá de cima é a caricatura do Oberte, que veio sem uma definição específica e que realizei numa versão “boss”: ele é o fundador, mestre e gerente da empresa, então não podia deixar de ilustrar ele desse jeito, gravata, ar mais firme, mas ainda assim sorrindo, e de gravata, claro. Até tem uma história interessante sobre a inserção da gravata na ilustração do Oberte, que conto em um dos depoimentos gravados para o making off do projeto. É só conferir no site, clicando aqui.
A ilustração aí de baixo é do Thiaghinho, que foi uma das mais legais de fazer. Confiram lá no site o depoimento em vídeo sobre a caricatura que também tem um história bem legal sobre esta ilustração.Na seqüência, vou postando as outras ilustrações do Projeto Caricaturas Odesign 2011. E quem curtiu a idéia, acessa lá, dá seu parecer sobre todas elas (você pode dar um voto para cada) e ajude a gente a ajudar.
Espero que vocês curtam muito.
Um grande abraço a todos, e fiquem com Deus!
Márcio Rampi_20/12_2011



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Iara Bravo