About the roots

A vida, essa dádiva maravilhosa de Deus na trajetória eterna de cada um de nós, é mesmo uma constante produtora de coisas encantadoras. Hoje mesmo, enquanto recebia o almoço no corre-corre, tive uma visão daquelas que valem demais. A menina que entregava o lanche emanava uma aura de positivismo gigante, uma vontade de viver realizada em plenitude em uma pessoa qualquer dentro de um uniforme de uma empresa qualquer que era um soco na cara! Eu tomei o soco, bem no meio dos olhos, onde tonteia...depois eu fui ver um Lost, big season finale, que almoço é para estas coisas, mesmo...
Mas a coisa da positividade não me saiu da cabeça o dia inteiro...e bem aqui, enquanto converso com uma ilustração para o dia dos namorados e com o meu Projeto, no frio e longe da aula de sexta, a positividade segue na minha cabeça. Que raio de mundo é esse que fazemos reclamando e gemendo e chorando e fingindo que não é com a gente? Por que foi isso que ficou do meio-dia e da visão: a menina que caminhava no frio pelo almoço dos outros tinha um sorriso e uma vontade de viver que independia do momento ou da situação. E eu olhei pra frente e let´s go!, irmão, que tempo ruim é coisa de cabeça pequena, e o nanquim está há muito tempo no meu sangue, mesmo.
Incrível como tem coisas que a gente demora para perceber...eu já devia desconfiar, catso!!!! É de antes de eu ler Turma da Mônica e Disney na barriga da minha mãe, antes de eu dar os primeiros rabiscos no verso das cartelas de bingo, riscar o monstro da ilha no teto (essa história é show! Ainda contarei...), antes das aulas de modelo-vivo. Muito antes...

Mas eu devia ter desconfiado mesmo era na sétima série, quando eu precisava de 9,8 em 10 para passar em matemática. Na época, disseram que era culpa dos desenhos que habitavam meus cadernos, eu estudei um ano a mais na sétima série, e depois passou. E passaram também os desenhos dos meus cadernos - que minha mãe mandou embora abaixo de dura! Mas depois eles voltaram, e eu apredi a conviver com eles. São desenhos como estes que ilustram este post, desenhos soltos que eu despejo durante as aulas em que eu simplesmente desligo e vou pra um mundo de lápis e papel, de eu e a arte. É roots.
Que bom que deu tempo de perceber que é, que ruim que ando sem tempo de fazer, que bom que tenho folhas de ofício sobrando dos polígrafos na universidade para fazer, que bom que existe positividade em pessoas que teriam tudo para não ter, como na menina da entrega do almoço, e que bom que no fim é tudo arte, porque sem arte não teria a menor graça.
Eu já devia ter percebido há muito tempo, mesmo.
M Rampi_15 | maio | 2009

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